sexta-feira, 13 de novembro de 2015

AS ÁGUAS QUE VIRÃO - Nosso documentário em Brasilia


Apesar do nosso documentário AS ÁGUAS QUE VIRÃO (uma produção UEPB / CCHE / Karabina) não ter se classificado em nenhum festival paraibano, conseguimos a façanha de ser aprovados no MANIFESTA - 3a Conferência Nacional de Juventude lá em Brasília… Emersom Karkaroff vai está lá representando o nosso documentário e representando o Cariri…‪#‎conferencianacionaldejuventude‬ ‪#‎asaguasquevirao‬


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Protagonismo

Essa é uma região de pedregulho e muitos restos de construções que pararam no tempo como cicatrizes no solo, onde o rio seco ainda consegue mostrar marcas de suas águas revoltas que há mais de três anos não descem nesse rio…

Andei uns 40 kms nesse domingo pra conhecer um pouco desse nosso sertão tão instigante e inspirador

Quem viveu no sítio há dez ou quinze anos atrás sabe como as coisas mudaram e como isso modificou tudo… a primeira grande mudança nesse período foi a chegada da energia eletrica trazendo a tv para os nossos lares e interrompendo todas as tradições que haviam, desde conversarem na casa um do outro e contarem causos e estórias de malassombro até o convivio social que havia e as brincadeiras… se por um lado foi destruidor por outro trouxe benefícios como ter uma geladeira, um liquidificador e outras traquitanas domésticas… se naquela época era raro se ter uma bicicleta hoje é comum terem uma moto e com isso, cada sítio ficou mais perto… nos últimos anos a revolução tem sido o celular e a internet… sendo assim os jovens que na época eram chamados de matutos por não serem da cidade hoje em nada devem…

Seu Paulo e sua Familia… Petrônio (com Pietro no braço), Diana, Denise (com Maria Eduarda), Seu Paulo e Dona Damiana
Quem ver as famílias na Zona Rural acha que todos têm que se tornarem agricultores, mas, isso foi outrora… essa familia ilustra bem isso… seu Paulo mora no sítio mas os filhos estudaram em escola técnica na cidade de Belo Jardim, tornando-se técnicos agricolas e Denise já trabalhou por 5 anos no Banco do Nordeste…
Seu Paulo e Dona Damiana com a hospitalidade sertaneja me ofereceu logo um copo de chá com bolacha e pão
No Sitio Barra de Cacimba encontrei um pequeno povoado com umas dez casas onde todos são parentes (irmãos, primos etc) e Régis que tem sua oficina mecânica e a banda de forró ¨Os Cândidos do Forró¨
Seu Primo Daniel tocando um hino evangélico no baixo

Surpresa pra mim foi conhecer esse garoto chamado Matheus Evangelista, me vi como eu era há uns 15 anos atrás… um jovem do sítio que estudava na cidade e que gostava muito de rock n roll e sonhava em ter uma banda…





As cruzes de beira de estrada sempre marcam tragédias de transeuntes que não chegaram ao destino esperado… cada uma cruz dessas tem uma história a ser contada…




Hoje em dia os ¨mata burros¨ já são utilidades quase extintas e é muito interessante encontrar um deles no caminho assim como as quatro porteiras que encontrei no trajeto…
Sombra nesse período do ano é um luxo que quase não se tem
A religiosidade sertaneja é muito singular riquíssima em símbolos
As cercas de varas de marmeleiro estão cada vez mais desaparecendo da paisagem dando lugar ao monotono arame farpado
Os caprinos são os animais mais adaptados a caatinga, onde eles comem as folhas e ficam quase camuflados na vegetação




A famosa cachoeira de Xixi… aqui já fui pescar com meu pai há uns 15 anos atrás, hoje vemos apenas o leito do rio seco onde fica a divisa entre os municípios de São João do Tigre e São Sebastião do Umbuzeiro, um pouco antes fica Monteiro e mais abaixo o município de Camalau…




Em períodos de inverno aqui parece mais uma praia, sabe aquele lugar que você fica com pena de compartilhar com todos com medo que eles destruam e poluam tudo??? Aqui é esse  lugar, aquele paraíso que dá vontade de mantê-lo particular

Essa casa e essa capela tem uma história muito interessante… ouvi poucos detalhes, não deu pra entender todo o caso, depois postarei aqui sobre tal…

Facebook: Asley Ravel

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Comunidade de Santa Catarina








O Poeta Espedito de Mocinha

Eu nasci e me criei
Aqui nesse pé de serra
Sou filho nato da terra
Daqui nunca me ausentei
Estudei não me formei
Porque me pai não podia
Jesus filho de Maria
De mim se compadeceu
E como presente me deu
Um crânio com poesia






Pedra da Lua






Seu Zé Brejeiro e sua casa na pedra.

No Cariri Paraibano morar em loca de pedra não é inédito pois que o diga a maestrina do pife Zabé da Loca, mas, ainda há espaço pra criatividade... E se a necessidade é pai da invenção...
Seu José Manuel de Lima, conhecido em toda a comunidade como Zé Brejeiro, tem 58 anos de vida e histórias pra contar…há 8 anos atrás foi parar em Maceió em busca de um irmão, nada demais se não fosse um pequeno detalhe: ele foi de bicicleta… chegando lá não encontrando o irmão, vendeu a bicicleta e voltou de ônibus…
Ele diz orgulhoso: ¨Fui muito ¨andejo¨ pelo mundo, nunca fui preso, nunca tive um caso de justiça… confiança no povo do mundo eu tenho, não temo ninguém…
Ele conta que teve 6 filhos que foram embora com a mãe morar em Belo Horizonte há vinte anos atrás… ele lembra que casou ainda na época de Padre Damião e que apesar do tempo ainda tem esperanças da esposa voltar a viver com ele, não nessa casa na pedra, mas em outra que agora ele tem…
Fico impressionado com as histórias que encontramos nessas paisagens… há muito a se aprender na simplicidade de se viver e na esperança que já parece perdida, mas, que muitas vezes tentamos manter viva como forma de ter algum motivo a nos fazer a enfrentar a lida diária…
Asley Ravel.








Seu João de Amélia





Laje das Moças







A Pedra de Nevinha ou Mizin